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SAIU NAS MÍDIAS

MILITA

Publicações

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ENTREVISTAS

Fundação "Vamos Falar Português":
Milita, você é convidada do nosso Vamos Falar Português porque é uma artista angolana... Sobretudo porque é cantora e se apresentou em vários países lusófonos...

Como é que tudo começou? Fale um pouco de sua história!

 



Milita:


«Comecei a cantar e a dançar em público aos três anos de idade, tendo estreado na Liga Nacional Africana, como mascote do «Grupo Folclórico de Angola» de Tito de Assumpção. Pouco antes de iniciar a minha escolaridade, meus pais afastaram-me das lides artísticas, começando assim um interregno que durou até os meus 13 anos. Nessa altura fui descoberta por Manuel Moreno, produtor dum programa-escola da Emissora Oficial de Angola. Foi ele que me deu o nome artístico de MILITA, diminutivo de Camila. Camila Máxima Pinto de Meireles é o meu nome.


O « show business » angolano estava apenas começando. Eu cantava os sucessos que se ouviam nas rádios. Música brasileira, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, os tangos de Albertino Fortuna, assim como os grandes sucessos de Charles Aznavour: «La mamma», «Et pourtant», «Les aventuriers»… mas também em inglês, por exemplo: «Those were the days», «Strangers in the night»…



Havia muito boa música angolana, mas infelizmente, eu não falava nenhum dos dialetos de Angola (finalmente reconhecidos como línguas nacionais), nem tinha jeito para cantar música ritmada (merengues, sembas etc...).

 

Participei em inúmeros espectáculos em Luanda, em toda Angola, em Moçambique, entrei em festivais da canção, pisei todos os tipos de palcos. Cantei em grandes salas, em teatros, cinemas, hospitais, numa barragem hidrelétrica a 340m de profundidade, em prisões, no Palácio do Governo (tudo isso na época colonial), em quartéis policiais!
Experimentei o cinema, enfim!


Em 1975, já casada, fui para o Brasil, país que eu ambicionava conhecer desde os meus tempos de menina, quando a música brasileira e os seus cantores pontilhavam a minha vida de sonho e esperança. Ângela Maria era a minha inspiradora e é o meu maior ídolo de todos os tempos. Mas a vida reservava-me outras experiências. Sem o apoio do marido para prosseguir estas atividades, fiz um doloroso parêntese. Deus abençoou-me com uma filhinha maravilhosa.


Trabalhei na Helena Rubinstein e mais tarde na Clínica Ivo Pitanguy, durante seis anos. Paralelamente participei em alguns espectáculos no Brasil e em Angola. Participei no filme de Norma Benguell «Eternamente Pagú» no qual cantei a capela o Hino da Liberdade de Maria Werneck, na cena da saída da prisão da Maria Pagú (Carla Camurati).


Divorciei-me. Decidi voltar a dedicar-me à musica em tempo integral e para isso fui para Portugal onde era conhecida. Gravei «Eu sou Angolana», um CD com sembas, Kizombas e outros tipos de músicas lentas. «Mukanda», outro CD já pronto, espera uma editora para ser lançado.

 

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